terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O DROGADO

Acho que qualquer tipo de dependência é um inferno na vida das pessoas. Até nos amores a dependência é nociva, sempre muito nociva. Os dependentes das drogas são grandes vítimas e não uns inúteis vagabundos, como as pessoas mal informadas as qualificam. Essa é a forma mais simples e indiferente de abordar esse transtorno que aflige milhões de jovens no mundo. Sempre fui muito sensibilizada pelo sofrimento dos drogados e sobretudo pela forma como são tratados pela sociedade. Estou parando de fumar cigarros convencionais, uma guerra sem um minuto de trégua. Os viciados em drogas mais pesadas que o cigarro, não me saem do pensamento. Consigo chegar perto, mas ainda assim distante, do sofrimento destas pessoas para se livrarem desse mal no significado clássico da palavra.
De vez em quando vem a minha cabeça umas trovinhas, essa me veio e a publico pelas razões acima mencionadas. (Elas deveriam aparecer como estrofes de 4 versos, mas o programa, por alguma razão, está desconfigurando.)
Não há um ser humano sequer,
Que sem viver no submundo da droga,
Conhecerá o inferno da vida do dependente,
Nem a tirania e a força que lhe afoga.
Sim, sinto-me como um afogado,
Enforcado, sujo e proscrito,
Enquanto meus amigos caminham e vencem,
Submeto-me às ordens do mais vil bandido.
Ajoelho-me aos pés desta corja,
Para me vender a qualquer preço,
Um pouco desse fel excomungado,
Tão bem manipulado pelo diabo.
Malditos sejam os traficantes,
Para eles desejo sem perder a paz,
Viver a eternidade buscando uma pedra,
A pedra que com suas vítimas na cova jaz.
Não é fácil viver a vida sem lugar,
Como uma estrela errante e odiada,
Não se escolhi ou fui escolhido,
Para à droga entregar meu corpo como abrigo.
Tenho pena de mim, sou ré confesso,
Como pesa carregar pela vida essa cruz,
Em meus delírios, a blasfêmia se impõe,
Que identifico em meu calvário com Jesus.