quinta-feira, 24 de abril de 2014

CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA



Parede branca a minha frente,
Cale-se, não diga mais nada,
A ti nunca pedi opinião,
De ti nunca pude me esquivar.

Como podes ser tão fria?
Valente és em me encarar,
Não nego entretanto sua proeza,
De tudo dizer sem se expressar.

Quando te vejo silenciosa e atrevida,
Lembrando-me de algum feito meu,
Sinto a loucura rondando,
Como se a morte pedisse lugar.

Não mostre mais sua cara, te imploro,
De tudo sei como autora que fui,
Deixe-me por um instante, maldita,
Tu és um espelho que quero quebrar.

Se eu pudesse eleger livremente,
Algo para minha vida desgraçar,
Não seria uma parede tão branquinha,
Letal sem sequer se movimentar.