sábado, 27 de março de 2010

TUDO É UMA QUESTÃO DO TEMPO DO VERBO







Comigo ninguém faz gracinhas, meus limites eu traço, eu não levo desaforos para casa, ninguém me desrespeita, homem não mete a cara comigo, em mim ninguém põe a mão, meu nome não anda por aí na boca de qualquer, ninguém grita comigo. Frases como essas são infindáveis, escuto-as todos os dias, mas todos os dias mesmo. As pessoas querem ser espantalhos (vide "O Espantalho" neste Blog) mas é impossível, não há como por limites nem antes nem depois dos insultos, o sinistro já aconteceu e há de se dormir com essa.

O ponto nevrálgico da questão, ao meu ver, é o tempo do verbo utilizado. Melhor seria usar o futuro do presente que é um tempo verbal que se refere ao tempo do 'prevenir-se', do 'precaver-se'. É só fazer uma irrisória mudança e a frase torna-se verdadeira: comigo ninguém fará gracinhas, meus limites eu imporei, eu não levarei desaforos para casa, ninguém me desrespeitará, homem não meterá as caras comigo, em mim ninguém porá as mãos, meu nome não andará por aí na boca de qualquer um e vai por aí.

Conversa fiada, não há como evitar, todo mundo leva desaforo prá casa. É só uma questão de aceitar que já levou, leva e levará. Se não gostar, fique sem gostar e pronto. Meu conselho: ouvidos de mercador, afinal já é sabido que "os cães ladram e a caravana passa". E lá vou eu.


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