terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O celular delator


Eu tenho a presunção de acreditar que sou a inventora do telefone celular. Lembro-me que de pequena imaginava coisas quando estava no carro de meu pai. O devaneio era meu passatempo, odiava e ainda odeio não chegar rápido ao destino. Pena que não estarei nesse mundo quando chegar a era dos Jetsons. O fato é que criava coisas na imaginação, uma delas era um telefone que poderia falar de qualquer parte, tipo portátil.

Hoje não reivindico essa invenção, que estupidamente não patentiei, porque o impostor que o fez era, certamente, um corno. Afirmo que celular é invenção de quem quer saber o que não é para ser sabido. É do óbvio que quando o inventei ainda não era corno, era só uma futura candidata. Ok., essa foi uma de minhas invenções. Não falarei das outras hoje.

Tem gente que gosta de perseguir o outro e o celular é uma arma moderna, letal. Você encontra a vítima onde ela estiver, não tem como esconder. O risível é que o feitiço é para todos, quem procura também pode ser procurado, não há saída. Odeio as perguntinhas...pode falar? Ora, se não pode falar, não atenda e assunto encerrado. Mas a coisa não é fácil como parece, se não pode falar, o outro quer saber porque, onde está, com quem e a guerra é declarada.

O que não se pode perder de vista é que o ser humano é mogâmico só por uma questão cultural, pela natureza somos todos polígamos, isso é fato. A cultura é que impõe essa monotonia, digo monogamia. Quando um quer ficar bonzinho, fiel igual um cão, ele fica e o celular perde sua função policial. Agora se o cabra for safado e transgressor da ordem, mande rezar uma missa por hora, o caso é perdido.

Por falar em traição, que coisa mais antipática é essa. As pessoas ficam com medo de dar a palavra final e enrolam o outro como se ela própria não fosse vítima da confusão que se forma. Eu sou uma crítica das cretinas solenidades epifânicas: "te adoro, mas estou com outra, nem gosto muito dela, mas aconteceu". Que antipatia! Nessa hora dramática as pessoas choram, pedem perdão pelo que não fizeram, aceitam qualquer coisinha, um verdadeiro horror. Melhor seria se a vítima do conquistador fosse imediatamente encarnada por um ser racional que bancasse o fora com a valentia de um titã. Isso eu queria ver, seria um tal de tapa na cara e porrada para ninguém por defeito. A subserviência do abandonado é irritante. Gosto de gente atrevida, "ah é não quer mais? Então vá à....."

Não usem o celular para pegar traições sabem porque? Porque pegam, ainda existe gente burra que atende telefonemas de desconhecidos em horas "sublimes". É revelação prá todo lado. Além do que o tal do celular é caro. Pagar para tomar na cara que é corno juramentado e de carteirinha é no mínimo triste! E o pior, todo corno é generoso, compreende, perdoa e até concorda que o outro ou a outra foi uma bobagem, um deslize malfadado. Assim a história começa outra vez, às vezes invertida, o corneador vira corno. Empatou? Estamos conversados. Vou nessa.

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