quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Danielzinho, meu amor.









Hoje voltando para Madri de Alcalá de Henares, terra de Cervantes, sentou ao meu lado no trem um rapaz, igual a você. Seria injusta dizendo que é igual, igual a você não existe Daniel, você é impar. Galanteios à parte, ele me perguntou bem baixinho, esse trem vai direto para Madri? Outra vez, igual a você, falando baixo e discretamente. Ele usava um óculos, igual ao seu. Fiquei olhando para ele, sem nenhum constrangimento, era você que eu via, pensava, saudade de Danielzinho meu. Era assim que todos falavam, Danielzinho seu passou por aqui. E assim eu perguntava, vocês viram Danielzinho meu? Sim, meu mais querido aluno em 30 anos de UFMG.

De repente, para não negar à semelhança, o rapaz tirou um livro da mochila e começou a ler, pensei, esse cara é um farsante, pensa que é Danielzinho. A partir daí só queria lembrar de você, na sala de aula, pelos corredores da FAFICH, nas tertúlias das tardes que passou trabalhando comigo lá em casa, lembra-se? Sempre falando baixinho, sempre com um livro na mão, sempre amável, sempre disposto a continuar trabalhando.

Pois é, meu Querido, não posso deixar de publicizar a enorme admiração que tenho por você, estudante exemplar, pessoa inequivocamente impar, reitero. Dizem que a gente tem que falar tudo que sente, sabe-se lá o que vem pela frente? Já imaginou uma confissão dessas depois de meu óbito? Você teria medo. Então vai agora, Danielzinho meu aluno querido, meu amor da História. Em breve me dirão, Dr. Daniel passou por aqui....o tempo, esse não para. Te amo Daniel.

Um comentário:

  1. Cristina,
    quando te leio, acabo ficando quieto, praticamente sem dizer nada. Às vezes comento por email. Mas agora segue publicamente o que já era sabido. Também te amo muito. Fiquei feliz e emocionado ao ler o texto. Veio com o sabor especial das boas lembranças das aulas, das conversas que tivemos, das tardes trabalhadas em sua casa...
    Beijos com carinho, admiração e muitas saudades

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