quarta-feira, 17 de junho de 2009

Continuando.....

Antes que as esperanças morram, comunico que essa dor não mata. Dor que mata é apenas uma expressão destituída de verdade comprovada. Sim, matou românticos do século XIX, matou suicidas desvairados que não suportaram o confronto com a realidade. Mas essa dor que mata não mata, se matasse o mundo estaria vazio, a cada minuto alguém no planeta é atacado por esse vírus que aparece em confissões desmesuradamente cretinas para o infeliz do desamor do outro, e aí...segura coração!

Frases clássicas do algoz bonzinho:

"Eu não gosto mais de você, ou melhor, te adoro, mas não para namorar, podemos ser amigos".
"Preciso de um tempo".
"Você é uma pessoa fantástica, não a mereço, procure alguém que te faça feliz".
"Nossa relação não está boa, melhor separarmos enquanto nos amamos".

Frases clássicas do algoz sádico:

"Não tenho atração física por você, perdi o tesão".
"Acho que existe uma defasagem entre nós dois, você não evoluiu em nada nesses anos de relacionamento".
"Você tem um ciúme que eu não suporto, odeio ser controlado".
"Achei outra pessoa, estou inseguro em meus sentimentos".
"Estou em dúvidas, não sei se ainda gosto de você e até se gostei algum dia, acho que foi só um fogo de palha".

Quantas palavras em vão, quantos dizeres desnecessários! A verdade daquele momento é uma só: NÃO GOSTO DE VOCÊ e ponto.

Agora começa o calvário que mencionei e as explicações do que não precisa ser explicado. O fato é que muito embora esse drama seja igual ao de todo mundo, a gente se sente o escolhido para pagar pelos pecados da humanidade. Por uma questão de desajuste entre emoção e razão tornamo-nos o Cristo Crucificado, a vítima da vez, a mais infeliz criatura que o sol cobre sobre a terra.

"Quanta tristeza carrego comigo desde que fui descartado"; "Nunca mais quero me apaixonar"; "Poderia ter sido diferente, êle/ela foi implacável, cruel, sacana, filho da mãe"; "Dei pérola aos porcos"; "Vou morrer, não passo dessa noite"; "Vingança...meu objetivo doravante" e outras e outras frases sem sentido.

Tudo em vão...cada caso tem suas singularidades, o único elemento em comum é a dor que mata sem matar. Seguramente, em têrmos de intensidade é a dor número um, a maior de todas. Alguns a chamam de perda, até concordo, mas ao par da perda a auto-estima é abalada e esse abalo provoca um estrago de amplitude incontrolável para a maior parte das pessoas. Esse é um ponto que falaremos mais adiante.

As frases clássicas são usadas por falta de criatividade, nada mais. Todas idiotas. Os lamentos são palavras ao vento, nada mais. São desabafos.

Falemos dos sentimentos reais e como tentar amenizá-los para aliviar o tempo que parece se eternizar entre a "dor que mata" e a liberdade da alma.

Não sei se volto hoje ou amanhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário