quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Meu único delito Vingança I



Venha, descerei meu corpo sobre o seu como nunca o fiz antes. Não diga palavras de amor, não gosto de ouvi-las, já as conheço. Quero apenas te mostrar o quanto posso te ser útil. Tirarei sua roupa, peça por peça, passarei a língua em todas as partes de seu corpo como se não existisse o amanhã. Você ficará imóvel, hoje quem comandará o espetáculo serei eu. Venha.

Ele foi. Entrou poderoso pela porta pensando, as mulheres sempre cedem, estava certo. Ela o esperava hirta de desejo. Com o coração em corrida o abraçou e o beijou apaixonadamente. Na sala coberta de tapetes empoeirados ela o jogou ao chão e cumpriu a promessa. Seu corpo esguio, pronto para o deslizamento, percorreu o corpo dele, cada centímetro foi delicadamente violado.

Imóvel ele não sabia se chorava ou ria de prazer. As mulheres sempre cedem, continuava pensando, sonhando. A dado momento ele abriu os olhos em orgasmo e falou, morri. Ela respondeu sorrindo, sim morreu.

Quando o sangue começou a tingir o tapete ela levantou, foi à eletrola, colocou Wagner, cuspiu sobre o cadáver e pensou: meu único delito foi nascer judia, seu único delito foi escolher ser nazi. Em estado de graça ela foi fazer outra ligação. "Venha"....

Alemanha,dezembro de 1945.

A vingança pode ser feita de várias formas, é só escolher.

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