quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A Fragilidade do Bem





Sabem, os que me conhecem, a forma que lido com as pessoas. Sabem também como oriento os meus amigos, quando solicitada, a melhor forma de lidar com os amores. Aqueles que perderam algum amor, não queiram entender os deuses, nem seus sortilégios. Entendam apenas que aqueles que morrem jovens no coração da gente, ficam eternamente jovens nesse mesmo coração. É o significado humano do sentimento e das sensações.

Para fazer justiça ao título, não irei pelo viés filosófico, falarei no popular: cuidado ao fazer o Bem. Talvez seja a indiferença à sorte do outro a melhor maneira de viver,quando se faz o Bem, só o reconhecem as pessoas do Bem e elas são poucas. Livrem-se de tudo que os levem a recordar ou despertar essa serpente malígna que guardamos um dia com afeto e metafóricamente a guardamos no fundo da gaveta da alma, livrem-se do lugar da memória: o retrato. As fotografias não te lembrarão dos momentos felizes e sim da traição, não a traição das pessoas, mas a traição do tempo que ficamos aprisionados por nada.

3 comentários:

  1. Oi, Cristina.
    Muito lindo, muito bom...
    Mas, por mais que vasculhemos as gavetas da alma e aticemos fogo às memórias, elas permanecem lá! Não se iluda!
    A mémória involuntária surge, e nos pega desprevenidas, nos mostrando que permanecemos ancorados, presos à grossa corrente que segura a âncora fincada no fundo do oceano da nossa frágil existência.
    Beijos, Gelik

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  2. Eba!sigo acompanhando a astúcia de suas observações, cristina!

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  3. Fantástico o seu texto!
    Concordo quando você diz que "aqueles que morrem jovens no coração da gente, ficam eternamente jovens nesse mesmo coração"... As gavetas da alma nos iludem o tempo todo. Por mais que nos esforcemos para fugir das artimanhas da memória, elas estão o tempo todo a nos surpreender. É como os biscoitos de madeleine para Proust: quando menos esperamos, num átimo, são ativadas as nossas chaves de memória e, ainda que não queiramos, são essas chaves que abrem as gavetas da memória.

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